Objeto: FURADOR
Foi-nos pedido, pela professora, que escolhecemos um objeto mecânico que tivesse movimento.
Escolhi um furador dado que não é tão obvio como os outros que estão ao meu alcance. Os barulhos que faz e o facto de não furar completamente uma folha interessou-me para o retratar através dessas veias artísticas. (No vídeo ouve-se o som que o furador faz)
1ª Fase: FUTURISMO | Recri(e)ação
Na primeira fase deste trabalho recorri a uma pesquisa sobre o movimento artístico futurismo, cuja estética utilizava bastantes traslações, sobreposições, repetições e distribuições óticas como forma de mostrar umo dinanismo nos objetos. Consequentemente, queria escolher uma obra que mostrasse todos esses processos de síntese, e, como perfiro não seguir o caminho mais óbvio, decidi escolher um frame do filme Thaïs (1917) que foi um dos primeiros filmes mudos expostos no grande ecrã.
Comecei por querer incorporar o furador numa espécie de cenário, para uma cena de um filme, assemelhando-se com a imagem acima. Aqui estão os primeiros estudos:
O material principal utilizado foi o pastel de óleo. O trabalho final é o apresentado:
2ª Fase: ARTE CONTEMPORÂNEA (Paradigma)
Após a execução do último trabalho foi nos proposto uma visão mais contemporânea sobre o objeto escolhido, utilizando aquilo que achamos ser o paradigma da arte pós-moderna. Segundo uma outra pesquisa, as características desta época que se salientam são as seguintes:
· Sociedade da informação, tecnologia e novas mídias
· Subjetividade e liberdade artística
· Arte de pouca durabilidade
· Abandono dos suportes tradicionais
· Mistura de estilos artísticos
· Utilização de diferentes materiais
· Fusão entre a arte e a vida
· Aproximação com a cultura popular
· Questionamento sobre a definição de arte
· Interação do espectador com a obra
Dessa forma, decidi criar uma instalação que se submetesse a essas características. Outra vez estão aqui alguns rascunhos, esboços, com algumas ideias que tive (nem todas foram usadas na peça final):
O meu objetivo principal era projetar um filme em loop numa folha grande furada. Quis dar bastante enfase ao ponto e ao furo dado que esse é um produto resultante do furador. O filme projetado é este:
O filme pode ser dividido em quatro cenas:
1- Bolas - em vários dos frames aparecem quadrados com um buraco pelo qual podemos ver um olho, um dedo, uma língua e uma mamílo. Sinto que não tem nenhuma explicação lógica, apenas acho que tem muita beleza e chama a atenção.
2- Furador- o furador apresenta-se com tal rapidez a ser apertado para mostrar a rapidez com que a informação é transmitida nas novas tecnologias e redes socias.
3- Telefone - uma pessoa (o modelo é Joana Franco), recebe o furador de uma outra pessoa e começa a apertá-lo perto do seu ouvido. Isto assemelha-se à informação que é passada lhe passada através das midias sociais, tais informações que são transmitidas numa espécie de jogo de telefone estragado.
3.1 - Vomito - a personagem depois limita-se a cuspir a informação que recebeu, através de papelinhos que foram furados com o furador. Isto refete no ato das pessoas limitarem-se a transmitir aquilo que recebem sem refletirem realmente no que estão a ouvir. A personagem depois volta a passar o furador a outra pessoa e assim consequentemente.
4- Roda - a personagem depois está constantemente à volta como forma de consequência do estado que fica após de receber a informação.O movimento para além de também representar a forma de um ponto, também representa o estado de insanidade em que a personagem estava na realidade.
O som também tem um papel importante neste instalação. O ranger repetitivo do furador, é tão irritante e cansativo, assemelhando-se ao tal ato do passar a informação apenas por espelhar.
Em conclusão aqui estão algumas fotos da instalação no seu estado final:
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