junho 04, 2018

Recriação e Paradigmas - Manuel Paiva, 11ºF


Objeto: FURADOR


Foi-nos pedido, pela professora,  que escolhecemos um objeto mecânico que tivesse movimento.
Escolhi um furador dado que não é tão obvio como os outros que estão ao meu alcance. Os barulhos que faz e o facto de não furar completamente uma folha interessou-me para o retratar através dessas veias artísticas. (No vídeo ouve-se o som que o furador faz)


1ª Fase: FUTURISMO  | Recri(e)ação

Na primeira fase deste trabalho recorri a uma pesquisa sobre o movimento artístico futurismo, cuja estética utilizava bastantes traslações, sobreposições, repetições e distribuições óticas como forma de mostrar umo dinanismo nos objetos. Consequentemente, queria escolher uma obra que mostrasse todos esses processos de síntese, e, como perfiro não seguir o caminho mais óbvio, decidi escolher um frame do filme Thaïs (1917) que foi um dos primeiros filmes mudos expostos no grande ecrã.


Comecei por querer incorporar o furador numa espécie de cenário, para uma cena de um filme, assemelhando-se com a imagem acima. Aqui estão os primeiros estudos:






O material principal utilizado foi o pastel de óleo. O trabalho final é o apresentado:



2ª Fase: ARTE CONTEMPORÂNEA (Paradigma)

Após a execução do último trabalho foi nos proposto uma visão mais contemporânea sobre o objeto escolhido, utilizando aquilo que achamos ser o paradigma da arte pós-moderna. Segundo uma outra pesquisa, as características desta época que se salientam são as seguintes:

·        Sociedade da informação, tecnologia e novas mídias
·         Subjetividade e liberdade artística
·         Arte de pouca durabilidade
·         Abandono dos suportes tradicionais
·         Mistura de estilos artísticos
·         Utilização de diferentes materiais
·         Fusão entre a arte e a vida
·         Aproximação com a cultura popular
·         Questionamento sobre a definição de arte
·         Interação do espectador com a obra


   Dessa forma, decidi criar uma instalação que se submetesse a essas características. Outra vez estão aqui alguns rascunhos, esboços, com algumas ideias que tive (nem todas foram usadas na peça final):




O meu objetivo principal era projetar um filme em loop numa folha grande furada. Quis dar bastante enfase ao ponto e ao furo dado que esse é um produto resultante do furador. O filme projetado é este:


                                           

O filme pode ser dividido em quatro cenas:

1- Bolas - em vários dos frames aparecem quadrados com um buraco pelo qual podemos ver um olho, um dedo, uma língua e uma mamílo. Sinto que não tem nenhuma explicação lógica, apenas acho que tem muita beleza e chama a atenção.

2- Furador- o furador apresenta-se com tal rapidez a ser apertado para mostrar a rapidez com que a informação é transmitida nas novas tecnologias e redes socias.

3- Telefone - uma pessoa (o modelo é Joana Franco), recebe o furador de uma outra pessoa e começa a apertá-lo perto do seu ouvido. Isto assemelha-se à informação que é passada lhe passada através das midias sociais, tais informações que são transmitidas numa espécie de jogo de telefone estragado.

 3.1 - Vomito - a personagem depois limita-se a cuspir a informação que recebeu, através de papelinhos que foram furados com o furador. Isto refete no ato das pessoas limitarem-se a transmitir aquilo que recebem sem refletirem realmente no que estão a ouvir. A personagem depois volta a passar o furador a outra pessoa e assim consequentemente.

4- Roda - a personagem depois está constantemente à volta como forma de consequência do estado que fica após de receber a informação.O movimento para além de também representar a forma de um ponto, também representa o estado de insanidade em que a personagem estava na realidade. 

O som também tem um papel importante neste instalação. O ranger repetitivo do furador, é tão irritante e cansativo, assemelhando-se ao tal ato do passar a informação apenas por espelhar.

Em conclusão aqui estão algumas fotos da instalação no seu estado final:









Apesar de não aparecer nas fotografias também espalhei no chão os papelinhos das folhas furadas, juntamente com o furador, também, abandonado no chão.

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